às vezes eu me faço de cético
duvido e rejeito
qualquer tom profético.
e finjo que só me acalmo
com a segurança da ciência
— que patético!
tudo o que sinto, nego
fecho os olhos pro óbvio
que vejo em cada esquina
e as lições da vida, relego
tudo isso sabe para quê?
Não, não é para colocar à prova meus preconceitos.
É só para que os cientistas do comportamento humano
não percam seus empregos, que se justificam por seus feitos.
Imagina só estudar anos para concluir que a resiliência nos leva adiante
e não ter ninguém que leia esses artigos científicos e os ache interessante?
Seria muita gente no olho da rua!
Então faço algo que não me custa nada:
Trato a eles como a uma criança
que me mostra pequenas proezas
coisas básicas, é verdade, mas
que importam para sua confiança
então minha consciência remansa
garantindo que terão o que pôr à mesa
e preservo-lhes a alegria do papel
de descobridor, de gente importante.
Não me custa nada.
E quem sabe não evito passar por arrogante.